quinta-feira, 26 de abril de 2012

Exercícios Texto Argumentativo


O texto argumentativo – Exercícios I
Geralmente, quando tratamos da dissertação, nosso foco é apenas em textos não-literários. Ou seja, nos editoriais, nas redações de enem, nas cartas dos leitores. Nesses textos, a preocupação está em convencer um leitor  de um ponto de vista, e, para atingir esse seu objetivo maior, o autor se preocupa com a clareza, a coesão e a objetividade. Como vemos nas aula de redação.
Porém, sabemos que a necessidade de convencer o outro extrapola esses textos formais e aparece nas conversas do dia-a-dia, nos capítulos da novela, nas propagandas e também nas canções. Ou seja, a todo momento o ser humano impõe suas vontades e sofre a imposição da vontade de outro; uns mais, outros menos, dependendo da posição social em que se encontram.
É claro que o objetivo maior da música, que também é arte, extrapola a narração, a argumentação, a descrição, principalmente se levarmos em conta que a canção é um texto que não se prende à coesão, à coerência e à objetividades formais. Assim, é muito mais difícil a análise da canção nesse sentido. Mas a vida é feita de música e de desafios. Mãos à obra!

Texto I

O Que É, O Que É?

(Gonzaguinha)

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
1) A canção trata de uma questão subjetiva e que invade constantemente nossos pensamentos: o que é a vida? Para discutir o assunto, o eu-lírico apresenta uma opinião que não é apenas sua, mas também das crianças. Diante do assunto e do contexto, você acha que a opinião das crianças pode ser considerada um argumento de autoridade? Justifique.
2) Além de sua própria opinião sobre a vida, o eu-lírico apresenta outras opiniões – dentre elas uma bastante negativa, da qual posteriormente ele irá se distanciar. Retire do texto essa opinião e o verso em que ele a nega.
3) O eu-lírico sempre se apresenta ao longo da canção muito confiante em relação à vida, enxergando-a de forma muito positiva. Assim, reflita a que ou a quem se refere o termo “moça” nos versos seguintes. Justifique sua resposta.
“Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...”

4) Se você estivesse diante do questionamento do eu-lírico, em uma situação formal, que tese você apresentaria sobre o tema proposto? Desenvolva pelo menos um argumento que comprove sua opinião.

Texto II

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
Como nossos pais (Belchior)


5) Identifique a tese defendida no fragmento acima. E retire um exemplo que o eu-lírico utiliza para comprovar essa opinião.
6) Sublinhe as teses nos fragmentos abaixo. Em seguida, desenvolva-a em uma frase completa, evitando as figuras de linguagem, buscando a coesão, a coerência e a objetividade.
a) Desde os primórdios
Até hoje em dia
O homem ainda faz
O que o macaco fazia
Eu não trabalhava
Eu não sabia
Que o homem criava
E também destruía...

Homem Primata (Titãs)

b)Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer

 


 

 

É Preciso Saber Viver(Titãs)


c) “Dinheiro na mão é vendaval
É vendaval
Na vida de um sonhador
De um sonhador
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou
Mas é preciso viver
E viver não é brincadeira não
Quando o jeito é se virar
Cada um trata de si
Irmão desconhece irmão
E aí dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão”

Pecado Capital (Paulinho da Viola)

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