O texto argumentativo – Exercícios I
Geralmente, quando tratamos da
dissertação, nosso foco é apenas em textos não-literários. Ou seja, nos
editoriais, nas redações de enem, nas cartas dos leitores. Nesses textos, a
preocupação está em convencer um leitor de um ponto de vista, e, para atingir esse seu
objetivo maior, o autor se preocupa com a clareza, a coesão e a objetividade.
Como vemos nas aula de redação.
Porém, sabemos que a necessidade
de convencer o outro extrapola esses textos formais e aparece nas conversas do
dia-a-dia, nos capítulos da novela, nas propagandas e também nas canções. Ou
seja, a todo momento o ser humano impõe suas vontades e sofre a imposição da
vontade de outro; uns mais, outros menos, dependendo da
posição social em que se encontram.
É claro que o objetivo maior da
música, que também é arte, extrapola a narração, a argumentação, a descrição,
principalmente se levarmos em conta que a canção é um texto que não se prende à
coesão, à coerência e à objetividades formais. Assim, é muito mais difícil a
análise da canção nesse sentido. Mas a vida é feita de música e de desafios.
Mãos à obra!
Texto I
O Que É, O Que É?
(Gonzaguinha)
Eu
fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah
meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E
a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E
a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há
quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há
quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você
diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu
só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre
desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E
a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
1) A
canção trata de uma questão subjetiva e que invade constantemente nossos
pensamentos: o que é a vida? Para discutir o assunto, o eu-lírico apresenta uma
opinião que não é apenas sua, mas também das crianças. Diante do assunto e do
contexto, você acha que a opinião das crianças pode ser considerada um
argumento de autoridade? Justifique.
2) Além
de sua própria opinião sobre a vida, o eu-lírico apresenta outras opiniões – dentre
elas uma bastante negativa, da qual posteriormente ele irá se distanciar.
Retire do texto essa opinião e o verso em que ele a nega.
3) O eu-lírico sempre se apresenta ao longo
da canção muito confiante em relação à vida, enxergando-a de forma muito
positiva. Assim, reflita a que ou a quem se refere o termo “moça” nos versos
seguintes. Justifique sua resposta.
“Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...”
4) Se você estivesse diante do questionamento
do eu-lírico, em uma situação formal, que tese você apresentaria sobre o tema
proposto? Desenvolva pelo menos um argumento que comprove sua opinião.
Texto II
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
Como nossos pais (Belchior)
5)
Identifique a tese defendida no fragmento acima. E retire um exemplo que o
eu-lírico utiliza para comprovar essa opinião.
6) Sublinhe as teses nos fragmentos abaixo. Em
seguida, desenvolva-a em uma frase completa, evitando as figuras de linguagem,
buscando a coesão, a coerência e a objetividade.
a) Desde
os primórdios
Até hoje em dia
O homem ainda faz
O que o macaco fazia
Eu não trabalhava
Eu não sabia
Que o homem criava
E também destruía...
O homem ainda faz
O que o macaco fazia
Eu não trabalhava
Eu não sabia
Que o homem criava
E também destruía...
Homem Primata (Titãs)
b)Quem
espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É Preciso Saber Viver(Titãs)
c)
“Dinheiro na mão é vendaval
É vendaval
Na vida de um sonhador
De um sonhador
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou
É vendaval
Na vida de um sonhador
De um sonhador
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou
Mas é
preciso viver
E viver não é brincadeira não
Quando o jeito é se virar
Cada um trata de si
Irmão desconhece irmão
E aí dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão”
E viver não é brincadeira não
Quando o jeito é se virar
Cada um trata de si
Irmão desconhece irmão
E aí dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão”
Pecado Capital (Paulinho da Viola)